Tudo sobre oclusão dentária!

Artigo do Médico Dentista: Filipe Teixeira de Melo, LP: 4857/OMD 

Descubra a importância, quais os problemas mais comuns e tratamentos associados à oclusão dentária

A oclusão dentária é a relação funcional que se estabelece entre os elementos do sistema mastigatório, nomeadamente o contacto entre os dentes superiores e os dentes inferiores quando a boca está fechada. A oclusão está, por isso, diretamente associada à relação entre os dentes, as gengivas, a articulação temporomandibular (ATM) e todos os restantes componentes deste sistema. Numa oclusão dentária adequada, a arcada superior encaixa perfeitamente na arcada inferior.

Porque é que a oclusão é tão importante? 

A oclusão dentária desempenha um papel central não só na saúde oral, mas também na saúde e no bem-estar em geral, bem como no correto funcionamento do organismo. Alguns dos principais impactos são:


  • Mastigação: Uma oclusão dentária adequada permite uma mastigação e trituração dos elementos eficiente, fator essencial para uma correta digestão e nutrição.


  • Fala: A posição dos dentes influencia também a articulação de sons e a clareza da fala, nomeadamente no que respeita ao posicionamento da língua.


  • Funcionamento das articulações: A oclusão dentária afeta a função da ATM. Uma má oclusão pode levar a problemas nesta articulação, causando incomodo, dor e afetando diretamente a capacidade de abrir e/ou fechar a boca.


  • Postura corporal: A má oclusão pode influenciar a postura corporal, gerando dores musculares não só na face, mas também em outros locais como o pescoço ou os ombros. A dor e desconforto podem impactar a postura, nomeadamente na parte superior das costas.


  • Qualidade do sono: Os problemas oclusais estão muitas vezes na origem de distúrbios do sono, como é o caso da apneia. Assim, resolver o problema de má oclusão pode proporcionar noites mais tranquilas e, consequentemente, uma melhoria da qualidade do sono e dos níveis de recuperação.


  • Questões estéticas: A correta posição dos dentes e maxilares tem um enorme impacto na aparência do sorriso, podendo influenciar diretamente a autoestima.

Tipos mais comuns de má oclusão

Existem diferentes tipos de má oclusão, que podem causar diferentes complicações. Alguns dos principais exemplos de problemas de oclusão dentária são:


Mordida cruzada

Ocorre quando a arcada superior é menor que a arcada inferior, ou seja, os dentes inferiores encaixam por fora dos superiores. 


Mordida aberta

Caracteriza-se pela falta de contacto entre os dentes superiores e os inferiores em determinada região, geralmente na parte anterior da boca, dando a sensação de que a boca não fecha totalmente.


Mordida profunda

Quando os dentes superiores cobrem excessivamente os inferiores.


Apinhamento dentário

Quando há falta de espaço na arcada para a acomodação dos dentes, o que faz com que os dentes fiquem sobrepostos uns nos outros.

Quais as causas da má oclusão?

A má oclusão dentária pode surgir devido às seguintes causas:


  • Hábitos como o uso prolongado de chuca e biberão ou chuchar no dedo. 
  • Deformidades na mandíbula, que surgem normalmente logo à nascença.
  • Incompatibilidade entre o tamanho da mandíbula e dos dentes.
  • Falta de dentes.
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Principais sintomas

Os sintomas de má oclusão podem ser difíceis de identificar, uma vez que se vão manifestando ao longo do tempo e a pessoa vai normalizando esse indicios. Ainda assim, alguns dos principais sinais de alerta que podem indicar má oclusão são: 


Desgaste dentário: Nos locais onde os dentes sofrem atrito excessivo, pode ocorrer um desgaste do esmalte e um aumento da sensibilidade, especialmente ao ingerir alimentos muito frios.


Dificuldade ao mastigar ou morder: Pela incapacidade de abrir ou fechar a boca da forma correta, o paciente pode sentir um aumento da dificuldade em mastigar ou morder certos alimentos.


Problemas como cáries ou até perda de dentes: Uma vez que o incorreto posicionamento dos dentes pode dificultar a correta higienização, há maior propensão para desenvolver complicações orais como lesões de cárie, que em casos extremos podem mesmo levar à perda dentária.


Dores na ATM: Uma oclusão incorreta pode condicionar o aparecimento de dores na face e cabeça, bem como ao aumento da dificuldade em abrir e/ou fechar a boca.


Bruxismo: O hábito de ranger ou apertar os dentes, geralmente causado por stress e ansiedade, pode ser exacerbado por problemas de oclusão.

Tratamentos para a má oclusão dentária

Os tratamentos para este problema variam de acordo com o tipo de oclusão e com a gravidade do problema. Os principais tratamentos incluem:


Aparelhos ortodônticos

Os aparelhos ortodônticos são utilizados para corrigir desalinhamentos dentários, como a mordida cruzada, aberta, profunda ou o apinhamento. Os aparelhos podem ser fixos ou removíveis, como os alinhadores transparentes, dependendo de cada caso e da preferência do paciente.


Goteiras oclusais

Em casos de bruxismo, o paciente pode utilizar uma goteira oclusal, um dispositivo removível usado durante a noite para prevenir o ranger dos dentes e aliviar a pressão na ATM.


Cirurgias

Caso o aparelho ortodôntico não seja suficiente para corrigir o posicionamento dos dentes, o médico dentista pode realizar uma pequena cirurgia para melhorar o contacto entre os dentes. Além disto, pode ser também necessária uma cirurgia para corrigir a posição dos ossos da mandíbula, reduzindo os sintomas de disfunção da ATM.


Reabilitação oral

Em casos em que o problema surge devido à falta de dentição ou a problemas dentários, pode ser necessário recorrer a implantes que substituam os dentes em falta e ajudem a restabelecer o equilíbrio da boca. Podem igualmente ser recomendadas coroas ou facetas em certos dentes para corrigir o seu comprimento ou forma, restabelecendo a sua função e estética.



A oclusão dentária é um fator fundamental para a saúde oral e geral, com impactos no bem-estar e qualidade de vida. Para identificar e tratar qualquer problema neste sentido, é necessário garantir um acompanhamento regular com o médico dentista, pelo menos de seis em seis meses ou sempre que surja algum sintoma ou complicação.

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